Ao som do Jazz
Toda aquela sedução vinha me envolvendo de modo sorrateiro. Era como passos sincronizados de uma dança, que nos levava na ponta dos dedos. Como o caminhar de um gato a espreita. Balanço das folhas com a suave brisa em uma tarde de outono. Eram seus olhos olhando nos meus. E sua alma dizendo vem, me de sua mão. Vamos bater juntos nesse compasso. Vamos arder juntos nessa lavareda de desejos, de tesão...
Então o som do sax soava, e junto a marcação continua do
chimbal. Era o jazz e nada mais. Era você e eu, no mais puro instinto da carne,
do desejo. Éramos o pecado, a sedução e o mundo. Éramos o céu e o inferno.
Éramos Tristão e Isolda, Shan Jahan e Mumtaz Mahal, Cleópatra e Marco Antônio,
Romeu e Julieta. Éramos todos os casais do mundo. Todos os que já amaram. Todos
os que amam. Todos os que amarão. Éramos a forma mais pura de vida. A forma
mais simples de amar...
Dentro de quatro paredes não existem anjos, nem demônios. Nem putas, nem vadias, nem sádicos, nem loucos, nem pervertidos... Existe o simples desejo de possessão. Possuir o céu em gotas.
Dentro de quatro paredes não existem anjos, nem demônios. Nem putas, nem vadias, nem sádicos, nem loucos, nem pervertidos... Existe o simples desejo de possessão. Possuir o céu em gotas.
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