De borrões à borboletas
E vai se desenhando devagar. As marcas pretas em um fundo branco. De borrões à borboletas. Molhado, rabiscado, manchado, amassado... Foi jogado de lado aos montes. Virou quaisquer em uma pilha de iguais. Hoje tem marcas, cicatrizes de estradas, de caminhos sem volta. Pois as marcas de tinta não podem ser apagadas. Talvez, remodeladas. Mas se pensares bem, isso é o que lhe transforma em algo único. E de algum ponto de vista, uma arte.
Estamos na era da maximização de coisas inúteis. Por isso o
foco em bens materiais. Se apegar em algo inanimado, é mais fácil que se achar
pelos caminhos confusos desse labirinto chamado vida. Mas cale-se um pouco.
Preste atenção na música que vem lá de longe. O silencio as vezes fala mais
alto que nossa ganancia pelo propagar. O silencio nos faz ouvir coisas das
quais nunca paramos para notar. Porque o parar, não faz parte dessa era de
globalização. Mas ouça, deixa o ritmo te guiar...
Hoje descobri que dançar sozinho não é sinal de loucura, de
insanidade. Mas sim, de grandeza. É conseguir ser alguém além das expectativas
ou ideias implantadas. É sentir a felicidade em acordes vibrantes, que fazem
sua barriga tremer e seus pés balançarem. É a real satisfação de estar bem
consigo mesmo, com sua alma. Cantar, dançar ou sorrir estando só, é para
poucos. Apenas para os que descobriram o real sentido de viver. E ai sim,
passam isso adiante em forma de abraços. E viajam pelo labirinto dançando. Aproveitando
os enredos, os embrulhos, sem pressa de chegar...
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